Dúvidas Frequentes em relação ao método Rolfing

A massagem tem o objetivo de relaxar, drenar os fluidos que estão em excesso nos tecidos (inchaço), estimular a circulação, etc. tem um efeito mais superficial e passageiro.

O Rolfing tem um toque muito mais profundo, diferente de qualquer toque que já experimentei em minhas muitas sessões de massagens diferentes.

É um toque dirigido para regiões do corpo especificas, com objetivos específicos em relação a liberar as fáscias e consequentemente os músculos que restringem o movimento de cada região do corpo.

A massagem, em vários casos, é repetitiva, trabalhando sempre as mesmas regiões de maior tensão, ou trabalhando todo o corpo de uma vez.

O Rolfing, por sua vez, trabalha regiões diferentes em cada sessão, com objetivos diferentes, reconstruindo o corpo de maneira sistemática.

As mudanças ocasionadas em uma sessão de Rolfing permanecem no corpo. O efeito não desaparece, mas vai se somando aos efeitos das sessões seguintes, reestruturando o corpo.

A velha escola do Rolfing é famosa pelos Schwartzenegers que a Dra. Ida Rolf treinava. As fáscias eram descoladas no muque. À medida que a Dra. Rolf foi envelhecendo – ela praticou até depois dos 80 anos – ela foi diminuindo a força e mesmo assim conseguia os mesmos resultados maravilhosos sem ter que virtualmente desmontar o cliente.

Descobriu-se que não é propriamente a força, embora ela seja necessária principalmente onde a fáscia é mais espessa, que é a chave do processo. É a precisão e a reverberação do toque, seguindo os ritmos do corpo e da respiração. Com a experiência de muitos anos de trabalho e treinamento, isso foi fazendo mais e mais sentido para mim.

Alguns toques são mais dolorosos, mas geralmente a sensação é mais de alívio do que de dor. A sensibilidade varia muito de pessoa a pessoa, e alguma pessoas com fibromialgia, que não suportam toques no dia a dia pela dor, passaram pelo processo de Rolfing sem sentir mais dor do que a média. A dor em si é muito misteriosa, tem vários fatores que contribuem para que ela ocorra ou passe.

Eu, particularmente, procuro trabalhar com o limite de cada paciente. Como o objetivo é liberar as fáscias, e a dor faz com que o músculo se contraia e com ele a fáscia, acaba se tornando um cabo de guerra: quanto mais força no toque, mais o cliente contrai. Por isso procuro achar o ponto de menor dor e maior eficiência em cada sessão.

Eu diria que a maior parte das pessoas pode se beneficiar dos efeitos do Rolfing. Por melhor, mais bonito e equilibrado que seja um corpo, ele sempre pode evoluir para uma maior organização e eficiência.

Crianças com grandes e pequenos desvios podem crescer mais organizadas, evitando problemas maiores no futuro. Quanto mais cedo se trabalha, melhor.

Adolescentes muitas vezes apresentam problemas posturais, seja por crescimento muito acelerado, onde os tecidos ficam estirados e podem doer ou tensionar em excesso algumas partes do corpo, ou um agravamento de uma escoliose mais leve.

Adultos que apresentam desvios posturais, dores musculares crônicas, dores articulares crônicas, síndrome dolorosa miofascial, problemas na coluna lombar, torácica ou cervical, de origem discal ou por contraturas musculares.

Excesso de tensão muscular por estresse, atividades desgastantes, que não relaxam mesmo quando a pessoa dorme.

Rolfing pode provocar mudanças no comportamento e na percepção de si mesmo. Minha visão a respeito disto é que esta conexão com o eixo do corpo, que é bastante profundo, faz com que a pessoa entre mais em contato consigo mesmo.

Sim, mas a ideia no caso e ajudar o corpo a se adaptar as mudanças que ocorrem na gravidez. Algumas sessões mais profundas não devem ser feitas  durante a gravidez. Depois do parto, sim. O corpo fica desorganizado, as coisas mudam e nem sempre (quase nunca) voltam aos seus lugares, e o Rolfing ajuda muito a mãe a se reorganizar depois da gravidez e do parto.

Pode, e tenho resultados incríveis com elas. Esse tecido conjuntivo do qual a fascia faz parte e no qual o Rolfing trabalha muda em qualquer idade: bebês, crianças, adolescentes, adultos, idosos.

Roupa de baixo ou biquíni para as mulheres e sunga para os homens. Como o profissional tem que fazer contato com o tecido do corpo, shorts e tops de ginástica muito grandes podem atrapalhar. Dá para fazer por cima da roupa, mas é mais penoso e menos preciso. É mais desagradável para cliente e rolfista.

Uma vez por semana é um bom ritmo. Algumas pessoas fazem três vezes por semana, mas isso pode ser difícil para o corpo processar, dependendo da pessoa.

Cada um tem seu próprio processo e ritmo. A série inicial varia, em média, de dez a vinte sessões. O número de sessões depende do que o cliente apresenta, qual a “idade” do problema, e da experiência do rolfista, é claro.

Uma sessão isolada pode trazer um beneficio momentâneo, mas é necessário completar pelo menos uma serie de dez sessões. Essa série é considerada o mínimo necessário para mudar a estrutura do corpo e produzir um efeito duradouro.

Depois de completado o primeiro processo, espera-se pelo menos seis meses para que o corpo integre as sessões. Depois se fazem manutenções periódicas, com séries mais curtas, se mais frequentes, e mais longas, se mais espaçadas.

O número de rolfistas no mundo é muito restrito. É um trabalho artesanal, que se aprende de mestre para discípulo, com turmas pequenas e alto custo. Para dar um exemplo, na minha formação eram 4 professores para 15 alunos.

Além disso, o Rolfing não está vinculado a área de saúde. Como a Dra. Ida Rolf, que criou a terapia, era PhD em bioquímica, escolheu colocar o Rolfing na área de educação: educação postural.

Os praticantes poderiam vir de qualquer área, geralmente depois de já ter uma formação prévia, e depois de fazer cursos preparatórios, fazem a formação em Rolfing. O RPG, por exemplo, é praticado principalmente por fisioterapeutas, e por isso tem uma entrada direta na área de saúde, multiplicando assim a demanda e o número de profissionais.

Existem cerca de 500 rolfistas na Europa, 2000 nos Estados Unidos, e mais ou menos 100 no Brasil. Na verdade, somos raridades. É pena que um sistema tão eficiente seja tão pouco divulgado. Existem projetos de transformar o estudo do Rolfing em curso universitário e estamos trabalhando para isto.

Sim, existem estudos que mostram maior eficiência do sistema locomotor. As fascias também tem recebido bastante atenção em estudos, e mostrado propriedades surpreendentes.

Maiores informações:

www.rolf.org/about/research

www.fasciaresearch.com