Rolfing Vogue

Costas Quentes – artigo publicado na Vogue / Janeiro 2012

Com dores crônicas nas costas e problema de postura, Genia Winitzki conta como o rolfing, técnica que atua nos tecidos que cobrem os músculos, realinhou suas estruturas e mudou sua vida

Bastou uma sessão de Rolfing para que um teimoso defeitinho do meu corpo desaparecesse como mágica: o calcanhar direito, que cai para dentro, forçando o joelho e causando uma dor danada nos quadris estava retinho ao fim da massagem. Após a quarta sessão, consegui assistir a uma palestra durante três horas, numa cadeira desconfortável, mantendo a coluna ereta, sem desabar. Por conta de uma fratura na perna e outra na coluna, além de algumas hérnias e muitas horas sentada na frente do computador, postura incorreta e dores frequentes fazem parte do meu dia a dia. Já tentei fazer musculação, RPG e acupuntura, mas nada disso foi suficiente para eliminar o problema.

Depois de uma forte crise, apelei para o Rolfing, técnica que já completou 70 anos, mas continua mais útil e relevante do que nunca – certamente não sou a única a sentar por muitas horas de maneira errada, nem a caminhar maratonas em cima de saltos altíssimos. Criado nos anos 40 pela bioquímica americana Ida Rolf, que estudou a fundo ioga, osteopatia e quiropraxia, o rolfing tem como objetivo massagear e manipular a fascia, tecido que recobre os músculos e segura tudo no lugar. Formada em medicina e especialista na técnica pelo Rolf Institute, no Colorado, a paulistana Vivian Andersen aplica a massagem desde 1989 e explica seu funcionamento em miúdos: “Pense na fascia como um papel-filme, fininho e levemente elástico. Os músculos são distribuídos em pares e, quando um se contrai, o outro precisa se estender para manter o equilíbrio.. Se essa relação se desfaz, por conta de uma lesão ou de tensões crônicas, o papel filme encurta junto, causando desalinhamento do corpo e dores.”

Em minha primeira sessão com Vivian, passei pelo momento verdade: ser fotografada de frente de costas e de lado, prova desnecessária de que a minha postura estava longe de ser graciosa. O antes e depois serve para comprovar o que muda após as as dez sessões de praxe – os rolfistas explicam que depois de liberar a fascia encurtada nessas sessões, o corpo dá continuidade ao processo de cura e, por isso, os resultados são cumulativos. Mas hoje é consenso que muitos pacientes precisam de manutenção extra – como no meu caso. Durante cada sessão, que pode durar até uma hora e meia, a expert pressiona e desliza os dedos, as mãos e o antebraço em pontos específicos – em alguns sinto dor, em outros, profundo alívio. A resposta é sempre resultado da tensão local e cada ponto pode necessitar de pressões diferentes. Em alguns momentos, é preciso ritmar a respiração de acordo com a pressão. Estou próxima de minha décima sessão semanal e já agendando as próximas. Tenho décadas de tensões para resolver e confesso: me converti! www.rolfing.com.br