ROLFING PARA IDOSOS

Com o passar dos anos os sistemas: cardiovascular, imunológico, músculo-esquelético, etc, começam a enfraquecer. Porém, pessoas que possuem uma boa qualidade de vida, que buscam ser mais saudáveis e encontram métodos e atividades que ajudam no processo de fortalecimento do corpo, podem envelhecer com mais conforto e de forma mais segura.

Temos que considerar que envelhecer é uma experiência pessoal e para chegar nessa fase da vida de uma forma positiva é preciso conhecer e buscar soluções que, além de ajudar o corpo, também podem ser bem interessantes. Algumas atividades melhoram as capacidades motoras e a eficiência fisiológica. São métodos que trazem às pessoas da terceira idade mais saúde física e mental, proporcionando mais independência, esse é o caso do Rolfing®.

Mas como funciona o Rolfing?

Para o obter uma posição mais equilibrada realinhando os músculos, ossos e ligamentos, a técnica utiliza toques específicos e precisos nos tecidos moles que consistem de músculos, ligamentos, tendões e fáscias. Eles desamarram os tecidos – no caso as fáscias – que estão sob tensões excessivas e desnecessárias afetando músculos, ossos e ligamentos.

Segundo a Dra. Ida Rolf, criadora do método Rolfing:  “Alguns indivíduos percebem que estão perdendo a batalha contra a gravidade com uma dor constante ou intensa nas costas. Outros percebem que os contornos de seus corpos ficaram deformados ou feios. Outros sentem uma fadiga, uma falta de energia constante. Aqueles que têm mais de 40 anos podem chamar estas sensações e percepções de processo de envelhecimento. Porém, todos esses sinais estão apontando pra um único problema: seus corpos estão em desequilíbrio, seus corpos estão lutando contra a força da gravidade.”

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O Rolfing ajuda na correção postural e também a aliviar as dores causadas pelo desgaste do corpo, além de devolver a harmonia, a energia e o bem-estar. O método é eficaz na hora de recolocar nosso corpo no lugar e, assim, podemos retomar a sensação de bem-estar. Tudo isso é possível, graças a essa manipulação que atua sobre o sistema muscular, ósseo e articular.

O tratamento pode ser feito por todos os idosos, desde os que buscam métodos preventivos até os que possuem desgaste articular, artrose, fibromialgia, artrite, dores lombares, ciáticas, no pescoço, no ombro, enxaqueca, tendinites, bursites, LER/DORT, hérnia de disco, bico de papagaio, entre outras patologias causadas por lesões e pelo envelhecimento dos músculos e articulações. O Rolfing também estimula o sistema nervoso e ajuda na redução da curvatura espinhal.

Quais os casos que o Rolfing auxilia?

Os traumas físicos e emocionais adquiridos ao longo da vida fazem com que venhamos a desenvolver dores e degenerações que podem levar a má postura, dores e tensões crônicas. Na hora de tratar, o Rolfing se diferencia por considerar o corpo e a pessoa como um todo e não somente um local especifico. Além de ser um método eficiente, o Rolfing não é invasivo e se mostra mais duradouro.

Um problema muito comum entre os idosos são as quedas e geralmente elas vem acompanhadas de fraturas. As principais causas de quedas são a perda de equilíbrio, fraqueza muscular  e falta de mobilidade, por isso, tratamentos de prevenção são tão importantes.

O Rolfing também auxilia no tratamento de recuperação para a preservação da autonomia da pessoa idosa, para que ela possa desempenhar suas atividades. Problemas como AVC e outras doenças cerebrovasculares menos dramáticas, possuem uma recuperação mais eficiente com o tratamento. No  Parkison, o Rolfing pode ajudar na rigidez global que a doença causa, que dificulta os movimentos e o equilíbrio e favorece a ocorrência de quedas.

A osteoartrose, que  é um desgaste das articulações, que acomete 70% dos idosos, pode acometer a coluna, joelhos, quadril e mãos, e a manifestação principal é dor crônica. Ela não tem cura mas as complicações podem ser prevenidas com o fortalecimento dos músculos e orientação de postura que podem ser encontradas no tratamento com Rolfing.

Portanto, quem busca uma melhor qualidade de vida, com uma postura ereta e organizada, quer diminuir as dores crônicas, deseja mais flexibilidade, amplitude articular e liberar traumas físicos e emocionais armazenados no corpo, o Rolfing pode ser uma ótima saída.

FIBROMIALGIA E O MÉTODO ROLFING

O tratamento com Rolfing é muito indicado para pessoas que sofrem de dores e desconfortos musculares e articulares de todos os tipos. Entre eles estão: dores nas costas e também lombar e no pescoço, tendinite, artrose, enxaqueca , bursite crônica e a fibromialgia. O método Rolfing® é manual e se dá com toques precisos na fáscia, tecido que envolve os ossos, músculos, ligamentos e tendões. Ajuda o corpo a funcionar melhor e de forma mais saudável, gerando modificações em sua estrutura, trazendo assim bem-estar corporal, eliminando ou minimizando as dores e tensões.

O diferencial do Rolfing, comparado a outras terapias, é que os resultados permanecem. O tratamento constitui de no mínimo 10 sessões; é feita uma análise detalhada de toda a estrutura corporal pelo rolfista antes do começo do tratamento a fim de descobrir as causas do problema. O profissional relaciona o local da dor com outras partes do corpo que estejam em desequilíbrio.

Um estudo foi realizado com trinta pacientes do Centro de Dor da Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com o objetivo de verificar a eficácia do método no tratamento de pacientes fibromiálgicos. Durante o tratamento foram realizadas 10 sessões manuais profundas aplicadas na estrutura fibroelástica do tecido conjuntivo. O tratamento teve como finalidade o alívio da dor e dos estados de ansiedade e de depressão. Todos os pacientes mantiveram o tratamento ambulatorial de rotina.

O tratamento foi eficaz e apresentou diferença estatisticamente significativa nos quesitos avaliados. Os pacientes tratados apresentaram melhora que se correlacionou com a intervenção do método Rolfing. Ao redistribuir a tensão muscular, a maneira de sentir o corpo, modificar gestos, pensamentos e o modo de lidar com o cotidiano, os fibromiálgicos, puderam desenvolver mecanismos para controlar seus sintomas. Adotaram uma postura mais positiva frente à doença, o que ajuda a evitar que a dor domine sua vida, recuperando desse modo sua qualidade de vida e conquistando melhor adequação social.

O QUE É FIBROMIALGIA?

Trata-se de uma síndrome clínica patológica relacionada com o funcionamento do sistema nervoso central. A pessoa que sofre da doença desenvolve fortes dores por todo o corpo durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos, tendões e em outros tecidos moles. Ela também está diretamente ligada à fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão e ansiedade.

A fibromialgia (SFM) é reconhecida pela classe médica como síndrome, pois se caracteriza como um grupo de sintomas onde não se identifica uma causa única. A dor da SFM pode desencadear espasmo muscular e  reflexo protetor, o que causa mais dor e resulta em limitação progressiva dos movimentos, rigidez e adoção de postura inadequada.

A fibromialgia não provoca inflamações nem deformidades físicas, mas pode estar associada a outras doenças reumatológicas, o que pode confundir o diagnóstico. A causa específica da fibromialgia é desconhecida. Sabe-se, porém, que os níveis de serotonina são mais baixos nos portadores da síndrome e que desequilíbrios hormonais, tensão e estresse podem estar envolvidos em seu aparecimento.

FIBROMIALGIA: SINTOMAS

Pessoas que desenvolvem fibromialgia além de dores por todo corpo também apresentam sintomas característicos como: fadiga – cansaço extremo, mesmo tendo acabado de acordar; apnéia/e ou insônia; dificuldades cognitivas – sentem problema para se concentrar; dor de cabeça frequente ou enxaqueca; dor no quadril; dor abdominal; dormência e formigamento nas mãos e nos pés; palpitações; dificuldade para se exercitar.

Também desenvolvem relação de dependência com familiares. Muitos relatam alteração no humor e depressão. Os sintomas podem ser causados, intensificados ou mantidos por influência emocional. A dor pode ter início em uma região, particularmente nos ombros e no pescoço, e se tornar generalizada depois de um tempo.

Seus principais fatores desencadeantes são as mudanças climáticas, particularmente o frio e a umidade e, até mesmo um acidente automobilístico. Entretanto o estresse emocional é um dos principais desencadeantes, tanto por problemas passados como atuais.

FIBROMIALGIA: TRATAMENTO

Os medicamentos que geralmente são prescritos para tratamento da fibromialgia são analgésicos e antidepressivos. Também podem ser receitados remédios para melhorar o sono e/ou relaxantes musculares. O repouso e relaxamento, além de dieta balanceada e atividades físicas regulares também fazem parte do tratamento.

O método Rolfing é recomendado como tratamento complementar, não substitui os tratamentos convencionais, mas pode fazer parte do tratamento multidisciplinar, frequentemente indicado para pacientes com dor crônica. O Rolfing proporciona melhora dos transtornos do sono, dos sintomas psíquicos como ansiedade e depressão, e melhora muito  a intensidade da dor.

Existem diversos relatos de pacientes com fibromialgia que mudaram muito sua qualidade de vida depois que começaram o tratamento com o método Rolfing.

A parte secreta do músculo

Músculo: palavra masculina que evoca irresistivelmente a musculação, os pesos, grandes bíceps, halos de suor debaixo dos braços, entre as omoplatas. Surpreendentemente, vem do Latim musculus,significando pequeno rato.

Quanto a definição do dicionário, aqui está: músculo é um órgão carnudo de fibras contráteis cujas contrações servem para mover as articulações, produzindo assim todos os movimentos do nosso corpo.
Nossos músculos são muito úteis. Nós também podemos treiná-los, desenvolver a sua força para nos movermos melhor e até mais rápido. Obrigada nossos músculos!

Pessoalmente, os músculos me tocam. Eu os acho corajosos, resistentes, especialmente porque eu sei como eles são … sensíveis e inteligentes e incrivelmente dedicados à nossa causa.

Sempre que algo acontece conosco, ali estão eles, na linha de frente para nos defender e nos proteger, pequenos bravos soldados .

Nós caímos de bicicleta, nós argumentamos com um ente querido, alguma coisa nos pára ou nos ataca e lá estão eles, prontos para agir. Sua maneira de reagir é sempre a mesma: eles encolhem, contraem, travam. Isto acontece no interior deles mesmos, na privacidade das suas fibras irritáveis, das suas células contráteis. Sim, isso é o que fazem os nossos músculos mesmo sendo tão fortes, eles são como um caracol protegendo-se as pressas em sua concha se lhe tocam os chifres.

Seu encurtamento repentino, sua súbita rigidez atua como um anestésico poderoso que nos corta a sensação de dor, formando uma barreira à percepção de nossas emoções.

Cada um dos músculos do nosso corpo, do menor ao maior, é dotado desta faculdade: os músculos do nosso pescoço, dos ombros, das costas, dos olhos, da boca, do nosso sexo e até aqueles que estão nas plantas dos nossos pés.
Eles fazem isso de forma discreta, quase em segredo, muitas vezes sem o nosso conhecimento. O objetivo da operação é simples: permitir-nos continuar a viver e nos mover quase normalmente, apesar do choque.

O sistema de defesa é notável. Ele nos permite enfrentar as maiores dificuldades, para continuar a andar com um tornozelo quebrado ou de aguentar em silêncio os piores insultos.

Na verdade eu te digo, nossos músculos são maravilhosos! No entanto, eles não são heróis. Eles têm falhas. Começando por uma grande dificuldade para retornar ao seu estado normal, para liberar suas tensões que se organizaram para nos salvar. Mesmo que o trauma já tenha passado, os músculos não desistiram de nos proteger. Sua rigidez em vez de sumir, se acumula.

Os animais não são como nós, eles sabem instintivamente relaxar a tensão muscular. Eles fazem isso de forma espontânea e automaticamente. Eles tremem, se sacodem e seguem em frente liberados. Nós não. Nossos músculos têm memórias de longa duração.

No entanto, nada está perdido. Podemos ajudá-los a recuperar a sua flexibilidade e elasticidade. Como? Ao oferecer à eles que se movam novamente com confiança, tranquilizando-os, abordando-os com ternura. Isso não significa tentar forçá-los a qualquer preço para que se alonguem, nem querer fortalecê-los sistematicamente porque nós pensamos que eles são fracos. Na verdade eles estão tensos, bloqueados, rígidos, tão apertados que deram um nó. Eles precisam de tempo.

Finalmente nossos músculos são como nós, eles são nós.

Cuidemos deles, cuidemos de nós mesmos.

Marie Bertherat